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Relatório Anual do ONU-Habitat tem experiência interativa

Relatório Anual 2022 do ONU-Habitat apresenta resultados através de territórios onde a agência teve participação ao longo do ano, permitindo interação com diferentes mapas.

Destaques do trabalho envolvem coleta e análise de dados em diferentes regiões, promoção de espaços públicos mais inclusivos, capacitação de pessoas para resolver problemas urbanos e construção da resiliência urbana.

Documento também apresenta uma linha do tempo, publicações realizadas no ano e metodologias de maior destaque, além de histórias de quem vive cada uma das iniciativas.

Você sabe o que sua cidade está fazendo para promover um futuro urbano melhor? Em 2022, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) se juntou a novas cidades e comunidades para não deixar ninguém e nenhum lugar para trás.

E é para apresentar os resultados dessas parcerias que o escritório lança, nesta quarta-feira (26), o relatório anual 2022

Mais do que um documento, o Relatório é uma experiência interativa.

Nesta edição, os protagonistas são os territórios em que ONU-Habitat esteve presente ao longo do ano.

Para conhecê-los, o leitor pode navegar e explorar os mapas de cada local, entrando em contato com diferentes aspectos que tornam cada espaço único.

Assim, o Relatório apresenta um panorama das diferentes formas de enfrentamento aos desafios urbanos no país.

Segundo o Relatório mundial das cidades, publicado pelo ONU-Habitat em 2022, as áreas urbanas já abrigam 55% da população global, devendo chegar a 68% até 2050. Esse número sobe para 81% ao se considerar a região da América Latina e do Caribe, e segundo o IBGE , chega a 85% quando o foco é o Brasil.

"Os desafios urbanos são grandes quando pensados de forma global, mas seu enfrentamento só pode ser encarado quando pensamos no nível local.

É no nível do território que a transformação para um desenvolvimento urbano sustentável pode ser concretizada", ressalta o representante do ONU-Habitat para o Brasil e Cone Sul, Alain Grimard.

A oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes, explica quais frentes de atuação foram protagonistas em 2022 e figuram ao longo do relatório.

"Essas iniciativas envolvem a coleta e análise de dados para a promoção de políticas públicas assertivas que consideram a especificidade de cada região; a promoção de espaços públicos mais inclusivos, seguros, resilientes, verdes e sustentáveis; a capacitação de pessoas para pensar, comunicar e resolver problemas urbanos; a construção da resiliência urbana; e outros temas englobados na Nova Agenda Urbana e na Agenda 2030", afirma.

Vivendo os territórios - O relatório também reúne uma linha do tempo, as publicações realizadas no ano e as metodologias de maior destaque no período, além de histórias de pessoas que fizeram parte e foram impactadas por essas ações.

Uma delas é Charlene Cristiane Egídio, liderança comunitária da Rosa Leão - uma das quatro ocupações da Izidora, em Belo Horizonte. Ela e seu filho Pedro estavam entre os primeiros moradores da região, em 2013.

Não levou muito tempo até que, em meio a uma comunidade que crescia e tinha a necessidade urgente de se organizar, sua liderança tomasse forma, dando a ela uma posição de coordenação.

O papel de articulação de Charlene é fundamental na elaboração do Plano de urbanização popular desenvolvido ao longo do tempo.

Junto à comunidade, a prefeitura de Belo Horizonte, o ONU-Habitat e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) trabalham no Plano de Urbanização Sustentável da Izidora, o primeiro para um assentamento informal em Belo Horizonte que traz a resiliência urbana como tema central.

Charlene se envolveu com o Plano desde o princípio, abrindo caminhos de diálogo entre as partes.

Para ela, é importante mediar a conversa entre os técnicos e a população, garantindo que as pessoas entendam o papel e a linguagem dos parceiros.

Ela espera que o Plano, fruto dessa parceria, contemple os desejos e demandas de quem vive ali.

Nesse processo, Charlene vê que muito já mudou.

Ela se descobriu uma mulher empoderada, que não abaixa a cabeça a ninguém.

Já Izidora tem o potencial de ser exemplo internacional, transformando o que era conflito fundiário em um projeto urbanístico feito em conjunto, com o olhar dos moradores e do poder público.

"Imagine se todo mundo, todos os bairros que são feitos em Belo Horizonte, tivessem a oportunidade dessa escuta, de você dizer o que que quer aqui, e você discutir isso com o povo que vai viver lá, né? Hoje, depois de 10 anos, a gente vê esperança, perspectiva de melhora, de respeito, de cidadania, de dizer que a gente faz parte de Belo Horizonte e tem direito de morar em Belo Horizonte".

Fonte: OPAS

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