A legislação eleitoral no Brasil é um verdadeiro labirinto em constante transformação
As câmaras municipais da grande Vitória anteciparam dificuldades na reeleição dos nobres edis e tomaram medidas para contornar a situação.
A legislação eleitoral no Brasil é um verdadeiro labirinto em constante transformação, uma dança imprevisível que se reinventa a cada pleito. Assim como disse a célebre primeira ministra Margareth Thatcher, o Brasil, ainda em seus primeiros passos, está em constante evolução, principalmente quando se trata do processo eleitoral.
As câmaras municipais da grande Vitória anteciparam dificuldades na reeleição dos nobres edis e tomaram medidas para contornar a situação. Na maioria dos casos, aumentou o número de vagas disponíveis. Vitória, que contava com 15 cadeiras, viu esse número retornar aos seus 21 originais. Já o município da Serra surpreendeu ao alcançar a incrível marca de 25 cadeiras, um número que se equipara à Assembleia Legislativa do Espírito Santo, composta por 30 deputados. Vila Velha, por sua vez, também ampliou sua representação, passando de 17 para 21 cadeiras.
Contudo, o aspecto mais intrigante é o reajuste nos incidentes, algo que à primeira vista parece um jogo de cartas marcadas, mas aqui entra a falhas. Anteriormente, os vencimentos dos vereadores da nossa capital correspondiam a 50% dos vencimentos dos deputados estaduais, o que atraía representantes de alianças sociais e profissionais com as melhores remunerações. Teve professores experientes, como Edilson Lucas do Amaral, ex-Secretário de Estado da Educação, engenheiros de famílias tradicionais, como Teteco de Queiroz, médicos como Cesar Colnago e Luciano Resende, economistas como Stan Stein e Beth Ozorio, renomados advogados como José Maria Ramos Gagno e até mesmo o Desembargador Gualberto , além de ex-prefeito, como Hermes Laranja e José Carlos Lyrio Rocha, que já presidiu o Banestes, entre outros nomes.
Com o reajuste previsto para o próximo quadriênio, haverá um aumento substancial nos salários, despertando o interesse de alguns nomes que antes não se manifestavam devido à remuneração considerada muito baixa, cerca de R$ 7.000,00 líquidos, sem direito a 13º salário ou férias, entre outros benefícios.
Dessa forma, os vereadores que promoveram essas alterações, acreditando que estavam se beneficiando, talvez tenham inadvertidamente criado um aumento significativo na concorrência, com candidatos de maior influência na sociedade do que se viu nos últimos anos. Um ex-vereador da capital, que obteve sucesso em três pleitos consecutivos, analisa e reflete que a Câmara de Vereadores de Vitória se tornou hoje um legislativo de "lideranças comunitárias", e agora, com os benefícios ampliados, terá uma câmara com mais mentes pensantes, sem identificá-los, pois, há vereadores qualificados em todos os pleitos.
É nesse momento que ocorre o tiro pela culatra: será que Vitória acertou em cheio nessa posição, ou será que haverá uma descarga mais qualificada no próximo cenário do legislativo municipal? Quem viverá, verá e poderá contar essa parte da história. Além disso, a sociedade terá que decidir se convém uma maior representação com a melhor remuneração ou se mantém o status quo. Até a próxima eleição, quando as cartas serão novamente embaralhadas e a dança política seguirá seu curso.