É lei: trombonistas são patrimônio cultural do ES
Grupos de músicos ligados à comunidade pomerana passaram a ser reconhecidos como patrimônio imaterial do estado com a promulgação da Lei 11.870/2023
Patrimônio cultural imaterial do Espírito Santo. Assim são agora reconhecidos, por força de lei, os grupos de trombonistas capixabas. Oriunda de um projeto de lei (PL) do deputado Adilson Espindula (PDT), a Lei 11.870/2023 foi promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Marcelo Santos (Podemos), e publicada no Diário Oficial do Estado (DIO-ES) da última quinta-feira (20) e no Diário do Poder Legislativo (DPL) de segunda-feira (24).
Também conhecidos como coros de metais, já que utilizam outros instrumentos de sopro como trompetes, bombardinos e tubas, os grupos de trombone surgiram no tempo de restauração do século 19, na Alemanha, como explica o presidente da Associação Obra Acordai Capixaba, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), Armindo Klitzke.
“O toque principal não era a música, e sim a necessidade de um despertamento espiritual. Assim, os coros de trombones carregavam a missão de evangelização na igreja, com a tarefa de acompanhar o canto da comunidade nos cultos. Os primeiros músicos eram operários, estudantes, empregados, gente simples, bem humilde”, comenta.
“Tocavam em grandes concentrações de pessoas, substituindo o orgão. Aqui no Espírito Santo os trombonistas estão presentes nas diversas celebrações comunitárias, cultos, enterros, aniversários, eventos municipais, sempre quando convidados. Em seu repertório diverso tocam música sacra, peças de compositores como Bach, Beethoven, Brahms, Vivaldi e músicas folclóricas alemãs diversas”, complementa.
Além de músico, Armindo é um dos regentes do grupo musical da associação, que tem sede em Santa Maria de Jetibá e conta atualmente com 520 músicos associados. “São todos músicos de confessionalidade luterana, que usam seu dom para o louvor a Deus nas celebrações das comunidades e paróquias da IECLB aqui no Espirito Santo”, explica.
O músico afirma que se tem noticia de grupos de trombonistas existentes já a partir de 1923 no Espirito Santo. “A lei releva da importância dessa cultura musical pelos pomeranos em nosso estado. Ser reconhecido como um povo que preserva sua cultura musical é maravilhoso, pois são músicos que sempre se dedicaram com seus dons nas comunidades, sem esperar nada em troca”, conclui Armindo.
Promulgação
A lei foi promulgada pelo presidente da Ales em virtude da chamada sanção tácita (Art. 66, § 1º, da Constituição Estadual), que ocorre quando o chefe do Executivo não se manifesta sobre o projeto aprovado na Assembleia dentro do prazo de 15 dias.
Fonte: Assembleia Legislativa - ES