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Bairro da Penha - Vitória ES | Palavra do Líder Comunitário Baiano do Salão

O poder público, no geral, só entra com a repressão, 50 Milhões de investimentos tornaria a comunidade um paraíso diz líder comunitário

O Bairro da Penha, em Vitória, tem aproximadamente 7.500 moradores. A região, antes uma área de Mata Atlântica, que pertencia à Fazenda Maruípe, depois doada à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), começou a ser ocupada na década de 50, quando passou a pertencer à prefeitura da Capital

Baiano do Salão

O lugar já foi chamado de “Morro do Teimoso”. Isso porque, quando a prefeitura deu início à urbanização, moradores que eram desapropriados se recusavam a deixar suas casas.

Devido à devoção católica a Nossa Senhora da Penha, de muita gente que morava ali, o lugar ganhou o nome de Bairro da Penha. O perfil da comunidade no início da ocupação era de muita pobreza. Os primeiros moradores eram do interior do Estado, norte de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro e do sul da Bahia. O perfil hoje, sete décadas depois, não é tão diferente. Quem mora nessa parte da capital não conta com uma atuação abrangente do poder público. Além disso, ainda precisa conviver de perto com o cotidiano da criminalidade relacionada ao tráfico de drogas. Seguindo essa característica de dificuldades perseverança e Fé, que acompanham a história do bairro e de seus moradores, o presidente da Associação do Bairro da Penha, Orlandino Rodrigues de Souza, conhecido como Baiano do Salão, falou sobre o papel e os desafios de uma liderança comunitária, para garantir os direitos de quem tem dificuldades de acesso àquilo que o poder público teria o dever de oferecer.

Ele está no cargo, à frente dos interesses dos moradores, há 10 anos. Nas últimas eleições municipais, em 2020, foi candidato a vereador pelo PTB e ficou como suplente. Ele conta que assumiu esse compromisso de lutar pela comunidade quando sentiu que era necessário, e possível, conseguir investimentos para o bairro.

Baiano do Salão

“O papel do líder comunitário é levar ao conhecimento dos poderes constituídos as demandas que o bairro necessita. É fazer uma ponte entre a comunidade, a Prefeitura e Governo do Estado. Ao longo desses anos, conseguimos reformas de praças, construção e reformas escadarias, asfaltamento, construção de muitas casas, campo de futebol, melhorias no abastecimento de água, troca de ponto de ônibus e realização de eventos culturais”, explicou.

Ele diz que a comunidade ainda precisa de muitos investimentos. “Creio que com R$ 50 milhões, a nossa comunidade se tornaria um paraíso. A gente precisa de mais espaço de lazer, da construção de uma nova Unidade de Saúde. Precisamos da ampliação da Escola Zilda Andrade. Falta oportunidade para os jovens. É necessário um programa eficiente de geração de emprego e renda, com estágios, oportunidades para menores aprendizes. A gente sente falta de mais eventos culturais na região”, reclamou.

Sobre o tema delicado de conviver de perto com o poder paralelo do tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que defende os interesses das famílias que vivem ali, junto ao poder público, o líder comunitário é categórico.

“Vivo tranquilamente aqui na comunidade e convivo com todos. Infelizmente, já perdi inúmeros amigos que se envolveram com o crime. Procuro me manter distante e fazer meu trabalho junto com a comunidade e, por meio desse trabalho, conseguir o respeito para dialogar com todas as linguagens que compõem o cenário que a gente vive”, pontuou.

O líder comunitário destaca a forte vocação de comércio de rua da região e espera conquistar para o bairro, nos próximos anos, pelo menos mais uma escola, outra creche e mais quadras poliesportivas, principalmente no alto do morro, além da melhoria das unidades de saúde e da limpeza.

“O poder público, no geral, só entra com a repressão. O bairro recebeu e recebe poucos investimentos. A perspectiva a longo prazo é péssima. Quando vamos realizar eventos culturais, muitas vezes não temos a liberação dos alvarás e isso dificulta a realização dos eventos na região”, lamentou.

Ele reconhece que a gestão atual da prefeitura tem feito um bom trabalho, mas reforça que, embora a cidade esteja sendo melhor conduzida que em gestões anteriores, o bairro precisa de muitos investimentos, sobretudo no desenvolvimento econômico da juventude. Já sobre seus planos para ajudar a comunidade que lidera como parlamentar, Baiano do Salão se mostra confiante. “Minha expectativa é a melhor possível. Estou preparado em todos os sentidos. Espero que os moradores tenham consciência e me apoiem geral, pois sem um vereador que realmente conhece que realmente esteja presente na região, vamos continuar sendo o patinho feio. infelizmente perdi a eleição anterior por 13 votos. Mas tenho certeza que sairemos vencedores na próxima”, finalizou.

 

Fonte: Redação Própria

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