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Sob o sol escaldante de Vitória, Espírito Santo, residem duas realidades distintas, tecidas em um mesmo tecido urbano, mas com fios de núcleos contrastantes: Resistência e Jardim da Penha.

De um lado, a Resistência, marcada por um mosaico de desafios socioeconômicos e estruturais, onde a luta pela sobrevivência cotidiana se entrelaça com a esperança de um futuro melhor. A alta densidade populacional, a carência de infraestrutura básica, a precária qualidade da educação e a violência endêmica configuram um cenário de profunda desigualdade, onde as oportunidades de desenvolvimento se distanciam a cada dia para a maioria de seus habitantes.

Do outro lado, o Jardim da Penha, ostenta o verde exuberante das áreas verdes, a segurança ostensiva e a infraestrutura moderna, num retrato de opulência e tranquilidade. A renda per capita familiar significativamente superior, o acesso à educação de qualidade e a oferta de opções culturais e de lazer oferecidas constroem um universo de oportunidades e funções, distante da realidade da Resistência.

As disparidades gritantes entre esses dois bairros, separados por apenas alguns quilômetros, são um reflexo da profunda desigualdade social que assola Vitória, um microcosmo das contradições que marcam o Brasil contemporâneo.

Este material se propõe a desvendar as raízes dessa desigualdade, tecendo um retrato vívido das disparidades socioeconômicas, estruturais e de segurança entre a Resistência e o Jardim da Penha, utilizando dados concretos e pesquisas oficiais. Através da análise comparativa e da reflexão crítica, buscamos não apenas compreender a magnitude do problema, mas também identificar caminhos para a construção de uma cidade mais justa e igualitária para todos.

Neste estudo, aprofundaremos a análise dos seguintes aspectos:

• População:  Tamanho, densidade, composição etária e distribuição espacial.
• Habitação:  Condições de moradia, acesso à infraestrutura básica e défice habitacional.
• Segurança Pública:  Taxas de criminalidade, presença policial e estratégias de segurança.
• Educação:  IDEB, taxa de analfabetismo e infraestrutura escolar.
• Renda e Moradia:  Renda per capita familiar, índice de Gini e acesso à moradia digna.
• Infraestrutura e Cultura:  Localização, áreas verdes, transporte público, vias públicas e vida cultural.

Ao confrontarmos as realidades de Resistência e Jardim da Penha, esperamos lançar luz sobre as contradições que marcam a cidade de Vitória e contribuir para o debate sobre a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Acreditamos que a análise crítica da desigualdade urbana é fundamental para a busca de soluções eficazes que promovam o desenvolvimento social e urbano de forma equitativa e sustentável.

Convidamos você leitor a mergulhar conosco nesta jornada de desenvolvimento das disparidades de Vitória, na esperança de que este estudo possa contribuir para a construção de um futuro mais promissor para todos os habitantes da Ilha de Vitória Espírito Santo.

População:

• Tamanho:
  • Resistência: 6.620 habitantes (estimativa 2023)
  • Jardim da Penha: 32.000 habitantes (estimativa 2023)
  • Diferença: 5 vezes maior no Jardim da Penha
• Densidade:
  • Resistência: 3.744 hab/km²
  • Jardim da Penha: 4.000 hab/km²
• Composição:
  • Resistência: Predominância de jovens e adultos de baixa renda.
  • Jardim da Penha: Predominância de famílias de classe média e alta.
• Distribuição etária:
  • Resistência: Maior proporção de crianças (0-14 anos)
  • Jardim da Penha: Maior proporção de adultos (15-64 anos) e idosos (65 anos ou mais)

Habitação:

• Condições:
  • Resistência: Predominância de casas populares.
  • Jardim da Penha: Predominância de apartamentos e casas de alto padrão.

Acesso à infraestrutura básica:

• • Resistência: Déficit no acesso à água potável, saneamento básico e coleta de lixo.
  • Jardim da Penha: Ampla cobertura de infraestrutura básica.

Segurança Pública:

Taxa de criminalidade:

• • Resistência: Alta taxa de criminalidade, com foco em homicídios, roubos e tráfico de drogas.
  • Jardim da Penha: Baixa taxa de criminalidade.

Presença policial:

• • Resistência: Ostensiva, com foco em repressão.
  • Jardim da Penha: Preventiva, com foco em patrulha ostensiva e policiamento comunitário.

Educação:

• IDEB (2021):
  • Resistência: 4,8
  • Jardim da Penha: 7,0
• Taxa de analfabetismo (2020):
  • Resistência: 8%
  • Jardim da Penha: 1%

Infraestrutura escolar:

• • Resistência: Precária, com escolas em estado regular.
  • Jardim da Penha: Moderna, com escolas bem equipadas e recursos tecnológicos.

Renda e Moradia:

• Renda média per capita familiar (2020):

Resistência: R$ 800,00

*Vix + Cidadania: Mais 872 famílias entram para a lista de beneficiários

Fonte: https://vitoria.es.gov.br/noticia/vix-mais-cidadania-mais-872-familias-entram-para-a-lista-de-beneficiarios-49071

Na manhã deste sábado (28), foi de comemoração e entrega para moradores de Vitória com a concessão de mais de 872 cartões do Vix + Cidadania, programa da Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas). A solenidade foi realizada no Tancredão. 
Ao todo, em todo o programa serão 15.288 pessoas contempladas. 

O cartão do Programa Vix + Cidadania. Ele garante o benefício de R$ 122,88 reais

Fonte: https://centrodevitoria.com.br/familias-que-receberam-o-cartao-vix-cidadania-revelam-o-que-vao-comprar/noticias/utilidade-publica/saude/

Jardim da Penha: R$ 6.500,00

• Índice de Gini (2020):  0,52 (alto nível de desigualdade)

Infraestrutura e Cultura:

Localização:

• • Resistência: Área central, próximo ao centro histórico.
  • Jardim da Penha: Área nobre, próximo à praia.

Áreas verdes:

• • Resistência: Escadas áreas verdes públicas.
  • Jardim da Penha: Ampla oferta de áreas verdes e espaços de lazer.

Transporte público:

• • Resistência: Dificuldade de acesso e condições precárias das vias.
  • Jardim da Penha: Boa infraestrutura de transporte público.

Vias públicas:

• • Resistência: Condições precárias das vias.
  • Jardim da Penha: Vias em bom estado.

Vida cultural:

• • Resistência: Escassas opções de atividades culturais.
  • Jardim da Penha: Rica vida cultural com eventos e espaços culturais

Análise Crítica:

• A responsabilidade pela resolução dos problemas recai sobre o Estado.
• A gestão municipal deve implementar políticas públicas adequadas em todas as áreas: segurança pública, educação, renda e moradia, infraestrutura e cultura.
• A gestão precisa ser eficiente e transparente na gestão dos recursos públicos.

Perspectiva Socioeconômica:

• O mercado na maioria das vezes precisa assumir o papel principal na resolução dos problemas sociais.
• A gestão municipal deve criar um ambiente de negócios favorável e incentivar a iniciativa livre, com foco na geração de emprego e aumento da renda familiar.

Reflexão:

• As disparidades entre os bairros refletem a profunda desigualdade social que assola Vitória.
• A superação do problema exige uma abordagem abrangente que combine ações do Estado, do mercado e da sociedade civil.
• A análise crítica das diferentes perspectivas e a cobrança por políticas públicas adequadas são fundamentais para construir uma cidade mais justa e igualitária.

Conclusão:

As disparidades entre Resistência e Jardim da Penha são um retrato vívido da profunda desigualdade social que assola Vitória. A implementação de políticas públicas direcionadas e eficazes, combinadas com a participação ativa da sociedade civil, é crucial para construir uma cidade mais justa e igualitária para todos.

Fontes:

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep
https://www.gov.br/inep/pt-br

Atlas da Violência  criado em 2016 e é gerido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com a colaboração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO – SEP INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES – IJSN
https://ijsn.es.gov.br/Media/IJSN/PublicacoesAnexos/notatecnica/1318_ijsn_nt29-reduzido.pdf