O governador do Estado, Renato Casagrande, lançou, nesta segunda-feira (24), o Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo, com o maior valor de financiamento da história.
Os recursos da ordem de R$ 7,76 bilhões vão apoiar a expansão e o aumento da produtividade de todas as cadeias produtivas da agropecuária no Estado.
O crédito rural será destinado para finalidades específicas: investimento, custeio, comercialização e industrialização.
O recurso será viabilizado por meio uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e as principais instituições financeiras que aplicam crédito rural no Espírito Santo: Banestes, Bandes, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Sicoob, Banco do Nordeste e Sicredi.
“Temos hoje no mercado uma competição saudável entre as instituições financeiras e há um esforço nosso para dar acesso ao crédito para proprietários rurais.
O Governo do Estado investe em obras de pavimentação e calçamento rural, desenvolvendo a infraestrutura para melhorar as condições para escoamento da produção.
Isso anima os produtores a investir e o acesso ao crédito também é muito importante”, pontuou o governador.
O financiamento é voltado para produtores e cooperativas e oportuniza o custeio da produção e a comercialização dos produtos.
Uma linha de crédito que auxilia produtores rurais, associações e cooperativas com a expansão das operações, os investimentos/custeio da produção e a comercialização dos produtos produzidos.
Os valores serão destinados a todas as cadeias produtivas desenvolvidas no Estado, com prioridade de aplicação para pecuária de leite e cafeicultura, mas contempla também a fruticultura, pesca, irrigação, além da agricultura poupadora de recursos naturais e plantios florestais.
Também podem ser contemplados a pecuária de corte, apicultura, aquicultura, olericultura, pequenos e médios animais (avicultura, suinocultura, etc.), empreendimentos agroindustriais, entre outros.
"O crédito rural é um dos principais instrumentos de estímulo para o desenvolvimento agropecuário e fortalecimento da economia rural, incentivando os agricultores a modernizar e expandir suas atividades, aumentar a produção de alimentos e matérias-primas e garantir maior lucratividade nas atividades. Para a próxima safra, teremos um valor recorde de aplicações, o que indica o dinamismo econômico no rural capixaba, a confiança dos agricultores em suas atividades geradoras de renda, a ampliação da produção e melhoria da qualidade dos alimentos ofertados à mesa dos consumidores”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O vice-governador e secretário de Estado do Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, reforçou a importância dessa política pública que contribui com o desenvolvimento de agricultores e da agropecuária como um todo. “Quem busca recursos quer empreender, quer crescer, ampliar e gerar oportunidades. O Espírito Santo não possui esse destaque no Agro por acaso. A política de crédito é estratégica e temos planejamento e organização do sistema público agrícola que fomenta o setor”, comentou.
Ferraço prosseguiu: “As instituições financeiras capixabas e as nacionais que trabalham essa modalidade por aqui têm compromisso com os empreendedores rurais, do familiar ao empresarial. Trabalhamos no Governo com objetivo claro de favorecer o desenvolvimento econômico e social e melhorar a qualidade de vida das pessoas.”
Estiveram presentes na solenidade realizada no Palácio Anchieta, em Vitória, os deputados estaduais Denninho Silva e Dary Pagung; o prefeito de Itarana, Vander Patrício; os diretores-presidentes de autarquias, Franco Fioroti (Incaper), Leonardo Monteiro (Idaf) e Carlos Cesquim (Ceasa); o diretor presidente do Bandes, Marcelo Saintive.
Também participaram os representantes de todas as instituições que apoiam o plano: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Sistema OCB, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) e Federação das Colônias e Associações de Pescadores e Aquicultores (Fecopes) e Federação das Associações de Pescadores Profissionais, Artesanais e Aquicultores do Espírito Santo (Fapaes).
Modalidades de crédito rural
Custeio
Cobre as despesas do plantio até a colheita. Pode ser utilizado desde o beneficiamento da produção até o armazenamento.
Investimento
Pode ser utilizado em reformas, construções, obras de irrigação ou até na compra de equipamentos para a propriedade rural.
Industrialização
Para a finalidade de industrialização dos produtos agrícolas.
Comercialização
Viabiliza as despesas com a venda dos produtos.
Evolução do investimento
O Espírito Santo triplicou as aplicações de crédito rural no comparativo dos anos safra 2018/19 e 2022/23, saindo de R$ 2 bilhões para R$ 5,2 bilhões – um crescimento de 157,4%.
No último ano safra (2022/23), foram aplicados R$ 346,2 bilhões de crédito rural no Brasil e o Espírito Santo participou com 1,5% (R$ 5,2 bilhões). Do montante total das aplicações no Estado, 24,5% foram referentes a investimento, 47,5% de custeio, 26,5% de comercialização e 1,5% de industrialização. Cerca de R$ 1,4 bilhão foi destinado à agricultura familiar (27%).
Recursos totais aplicados por safra
2018/19: R$ 2.030.593
2019/20: R$ 2.124.359
2020/21: R$ 2.585.587
2021/22: R$ 3.792.842
2022/23: R$ 5.227.628
“O crédito rural está presente no DNA do Banestes, que nasceu como o banco de crédito agrícola do Estado. Essa trajetória de quase 86 anos demonstra o olhar atento que o banco tem para o produtor rural capixaba. Nós conhecemos as necessidades dos capixabas e estamos presentes em todos os 78 municípios do Espírito Santo. Essa proximidade com o cliente é um grande diferencial. Temos uma excelente expectativa para esta nova Safra, tendo em vista o montante de recurso disponibilizado pelo governo, as taxas anunciadas e a diversidade de linhas para atender à crescente demanda do setor”, avaliou o diretor de Negócios e Recuperação de Ativos do Banestes, Carlos Artur Hauschild.
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) assinou três termos de cooperação técnica, com o Banco do Nordeste do Brasil S.A, com a Cooperativa Central de Crédito do Espírito Santo (Sicoob) e com a Cooperativa Central de Crédito, Poupança e Investimento do Sul e Sudeste (Sicredi-ES).
Para o diretor-presidente do Incaper, Franco Fiorot, os projetos de crédito rural os quais o Instituto elabora e executa, permitem a inserção de agricultores familiares em diversas políticas públicas. “Isso incentiva os agricultores a expandirem as suas atividades no campo e potencializa o desenvolvimento rural do Espírito Santo e com as parcerias certas e cada vez mais fortalecidas podemos ir cada vez mais longe nesse cenário”, avaliou.