Foi dentro de casa que Luiz Felipe Loureiro encontrou a maior inspiração para se tornar nadador.
A mãe, ex-atleta, até se motivou a competir na categoria master para acompanhá-lo.
Mas foi quando os dois decidiram romper o laço que os unia também nos treinos que o então adolescente deslanchou.
Hoje, aos 19 anos, ele comemora o primeiro título pelo Time Brasil e sonha manter o alto nível do país nas águas abertas mundo afora.
Luiz sagrou-se campeão dos Jogos Sul-americanos de Praia Santa Marta 2023 nos 10km no masculino.
Nesta sexta-feira buscaremos outra medalha nos 5km.
Uma distância ainda longa em mar aberto, mas pequena antecipada a tantos caminhos percorridos até chegar aqui
Luiz, ainda menino, ao lado da mãe, Caroline, com vários troféus conquistados na natação.
De família gaúcha, Luiz nasceu nos Estados Unidos, onde morou até os seis anos de idade.
Mudou-se com os pais para o Mato Grosso do Sul, onde começou na natação para superar problemas pulmonares na infância.
Rapidamente notaram que o menino tinha talento, e os resultados nas competições o levaram a uma rotina de treinos mais regrada.
Aos 15 anos veio uma nova oportunidade de mudança de vida.
“Minha mãe foi atleta de natação e já me levou para um lado mais profissional desde cedo.
Quando tinha 15 anos já estava me destacando bastante nas provas de longa distância, de águas abertas, e pintou a oportunidade de treinar no melhor clube do Brasil na área, que é o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre.
Foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Desde então conquistei vários títulos”.
A adaptação foi complicada no início.
A mãe, Caroline, teve medo de ver o filho tão novo morando sozinho a milhares de quilômetros.
Mas conteve a preocupação e a saudade para vê-lo realizar o sonho de evoluir no esporte.
Luiz bateu em primeiro lugar nos 10km masculino dos Jogos Sul-americanos de Praia Santa Marta 2023.
“Claro que não foi fácil, principalmente na hora de tomar a decisão.
Minha mãe me achava completamente dependente dela, mas eu pedi esse voto de confiança de que eu ia conseguir amadurecer e tomar meu caminho sozinho e fiz por valer.
Foi um amadurecimento rápido e muito saudável para mim.
Creio que ela esteja muito orgulhosa, assim como estou de mim.
Os resultados falam por nós. Não tem como falar que não foi uma boa decisão, não só pelo atleta, mas pela pessoa que eu me tornei.”
Seguro do potencial que tem, Luiz sonha alto e espera manter o legado de grandes maratonistas aquáticos do Brasil.
Trabalha para construir uma carreira de sucesso e segue levando a bandeira do país para o topo do pódio.
“O Brasil é conhecido como país referência da maratona, muito por causa da Ana Marcela (Cunha), mas também pela nossa história com o Allan do Carmo, com o Fernando Ponte.
Tive o prazer de competir com eles antes de se proporem.
Eles me ensinaram muito.
Espero não só assumir o manto, mas continuar com esse legado, sempre buscar mais e continuar mostrando que o Brasil é uma referência.
Apesar de ser novo eu sei que tem muita bola para rolar e acredito que a nova geração, pela competitividade, pelos vários talentos que tem, pode fazer até mais bonito do que eles”.
Luiz no pódio dos 10km em Santa Marta.