O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi morreu aos 86 anos. O magnata, que liderou três governos italianos entre 1994 e 2011 e cujo partido Forza Italia é um parceiro minoritário na atual coalizão governista, sofria de leucemia há algum tempo.
Ele estava internado há dois dias para realizar exames de rotina, mas seu estado de saúde piorou e morreu nesta segunda-feira (12).
Berlusconi foi um dos políticos mais extravagantes da Itália, fazendo um retorno político em 2017, apesar de uma carreira manchada por escândalos sexuais, inúmeras alegações de corrupção e uma condenação por fraude fiscal.
Ele passou seis semanas no hospital San Raffaele de Milão, em tratamento para uma infecção pulmonar ligada a uma leucemia mielomonocítica crônica, antes de ser readmitido.
Na última sexta-feira ele foi hospitalizado para a realização de "exames agendados em relação à sua conhecida patologia hematológica", segundo comunicado assinado por Alberto Zangrillo, chefe dos cuidados intensivos e médico pessoal do "Cavaliere", e Fabio Ciceri, líder da Hematologia.
Berlusconi, que comandou o governo da Itália por quatro vezes, teve inúmeros problemas de saúde nos últimos anos. Em janeiro de 2022, o ex-premiê foi internado no San Raffaele para tratar uma infecção urinária. Em abril de 2021, também ficou internado por mais de três semanas, devido a sequelas da covid-19, contraída em setembro de 2020. Em 2016, passou por uma cirurgia cardíaca e já teve câncer de próstata.
Berlusconi estava entre os homens mais ricos da península com uma fortuna avaliada pela Forbes em cerca de 6,9 bilhões de dólares (em torno de 33,6 bilhões de reais na cotação atual).
Desde 1994 na política, Berlusconi foi primeiro-ministro por nove anos e dominou a política de seu país durante duas décadas, apesar dos escândalos sexuais e processos judiciais que mancharam sua imagem. Para milhões de italianos, seu governo representa uma idade de ouro da economia italiana.
A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão, como a Mediaset, jornais e edições da Mondadori. Apaixonado por futebol, ele também presidiu o Milan por 31 anos antes de vender o clube em 2017 para investidores chineses.
Sua primeira condenação ocorreu em agosto de 2013. A sentença de prisão de quatro anos por fraude fiscal — três dos quais foram abolidos por uma anistia — foi confirmada pelo Tribunal de Cassação. Ele cumpriu a sentença no ano seguinte na forma de serviço comunitário, o que lhe custou seu título de Cavaliere.
Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, o magnata voltou a se casar em 2020, com Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Força Itália.